1.5.11

Câmaras pinhole em papel



A construção de câmaras fotográficas pinhole em papel, constitui todo um universo didáctico, lúdico e pedagógico - para todas as idades...!
Os planos de montagem e respectivas peças estão disponíveis em várias páginas da Internet para download:

- http://corbis.readymech.com/en

- http://www.thecoolist.com/pinhole-cameras-10-paper-cameras-for-photograph-purists/

- http://papercraft.wikidot.com/papercraft:linatree-red-camera

A obra bibliográfica de referência é a seguinte:

- Justin Quinnell, "Build Your Own Paper Cameras"
ISBN-10: 1905814623 / ISBN-13: 978-1905814626

22.4.11

Dia Mundial de Fotografia Pinhole

Dia 24 de Abril, domingo...!



No último domingo de Abril, celebra-se anualmente o dia mundial de fotografia "pinhole", um evento que reúne milhares de fotógrafos em todo o mundo, com uma exposição on-line com fotografias "pinhole" realizadas em vários países neste dia, suportada e promovida pelo WPPD.

É fácil e divertido, transformar uma câmara reflex tradicional de lentes intermutáveis, analógica ou digital, com controlo manual de exposição, numa câmara pinhole - sendo necessário uma lata de refrigerante ou cerveja, uma agulha, um pedaço de lixa fina, uma tesoura e gomas-colantes (Bostik ou UHU); e assim participar neste evento mundial, juntando-se à comunidade portuguesa na exposição on-line:
1- com uma tesoura, recorte o topo e o fundo da lata de refrigerante ou de cerveja, de forma a ficar com um cilindro e abra-o com um corte de alto a baixo, de forma a ficar com uma chapa plana de metal fino.
2- recorte um círculo de chapa com o diâmetro exterior da baioneta do corpo da sua câmara fotográfica.
3- com uma agulha fina, faça um furo no meio do círculo de chapa e com a lixa alise o furo de ambos os lados - limpar BEM a sujidade com um guardanapo de papel húmido.
4- retire a objectiva da câmara e com a goma-colante faça um cordão enrolado com os dedos, e coloque-o por cima da baioneta do corpo da câmara em círculo - faça alguma pressão sem deixar que a goma-colante transborde para o interior da baioneta.
5- coloque o círculo de chapa por cima do círculo de goma-colante com alguma pressão de forma a ficar fixo - a chapa com o furo substitui assim a objectiva.
6- coloque a câmara em modo "Manual".
- Câmaras analógicas: sugere-se a utilização de um rolo 400 ASA e exposições entre 1/8 de segundo e 4 segundos, dependendo da luminosidade existente. Pode variar ainda mais este leque de tempos de exposição. Com rolos menos sensíveis os tempos de exposição deverão aumental proporcionalmente.
- Câmaras digitais: ajuste a velocidade conforme os resultados que for visualizando no ecrã.

ATENÇÃO: O PinholeLab não assume qualquer responsabilidade por acidentes e avarias nas câmaras fotográficas decorrentes do procedimento acima explicitado. As gomas-colantes não deixam resíduos sobre a baioneta da objectiva, mas retirar a objectiva e o mau manuseamento destes materiais pode conduzir a acidentes ou danos nas câmaras fotográficas. A pessoa que tentar realizar este procedimento será o único responsável pelos seus actos.

Processo alternativo: Caso possua uma tampa original para o corpo da câmara, pode transformá-la numa tampa "pinhole" permanente que pode colocar em vez da objectiva sempre que pretender. O procedimento é semelhante e só que terá que fazer um orifício maior no plástico da tampa antes de colocar a chapa com o furo "pinhole". NÃO USAR UM FURO "PINHOLE" DIRECTAMENTE NO PLÁSTICO DA TAMPA. Mais informações:


Em caso de dúvidas e para mais apoio, contactar pelo e-mail: cambraia.rui@gmail.com

10.4.11

Óbidos Pinholando

Uma inicitiva de António Campos Leal (Clube Buraco de Agulha) Óbidos Pinholando é uma exposição de fotografia estenopeica com autores convidados oriundos de diversos países , que inclui uma mostra de câmaras fotográficas "pinhole" e oficinas.

Poderemos ver obras de Gregg Kemp (USA), Tom Miller (USA) e Paolo Aldi (IT), fotógrafos ligados à organização do Worldwide Pinhole Photography Day, bem como imagens de António Granero (SP), Massimo Stefanutti (IT), Marie-Noëlle Leroy (FR), e dos portugueses António Campos Leal, Pedro Gil, Pedro Horta e Rui Cambraia.

O evento realiza-se no Centro de Design de Interiores Maria José Salavisa, em Óbidos, na Rua do Facho, nº 5.

Inaugura a 15 de Abril e está patente até 15 de Maio.


imagem: cortesia CDI Maria José Salavisa, Óbidos

5.1.11

O olho Pinhole...

... e a imagem estenopeica na Natureza

A história da Fotografia, é a história da fotossensibilidade, que sob a forma de órgão “visual” surgiu há cerca de 500 milhões de anos, no período Câmbrico, com o aparecimento dos primeiros olhos rudimentares que evoluíram a partir de células pigmentadas fotossensíveis, que em vez de converterem a energia luminosa em energia química, como acontece na fotossíntese, converteram-na em energia eléctrica ou impulsos nervosos.
Estes “olhos primitivos” ou olhos punctiformes, eram constituídos à base de proteínas sensíveis à luz (a Opsina), que são comuns até no interior de alguns seres unicelulares, e distinguiam no ambiente a presença de luz da sua ausência, processo que está na origem da configuração biológica de ritmos orgânicos ligados ao ciclo dos dias – os ritmos circadianos, primordiais na constituição e proliferação de organismos complexos.
A fotografia nasce do apuramento da luta pela sobrevivência e da adaptação ao meio ambiente...
Existe ainda hoje uma forma de olho primitiva num animal: o olho estenopeico do molusco Nautilus, que evoluiu muito pouco desde o período Câmbrico.


Nautilus
imagem: Douglas Faulkner


Trata-se de um modelo de olho de transição, entre os olhos punctiformes, planos, de pigmentos fotossensíveis e os olhos tal como os entendemos hoje, com forma de globo e uma lente interna (o cristalino). O termo estenopeico (onde os anglófonos utilizam a palavra Pinholeburaco de alfinete ou buraco de agulha) aplicado à óptica, designa um processo no qual a luz entra numa câmara escura através de um pequeno orifício (o estenopo) e que tem a propriedade de formar uma imagem reflectida do exterior projectada no seu interior.
Este fenómeno de formação de imagens com raios de luz que atravessam pequenos orifício é um fenómeno natural, e acontece espontaneamente em certas condições: por exemplo, durante um eclipse solar, quando as condições de luz ambiente são muito mais baixas que as que se verificam durante um dia normal, a imagem do Sol eclipsado pela Lua pode ser vista em projecções naturais, sobre o chão ou nas paredes, devido à luz que passa através de pequenos orifícios que se criam entre as folhagens de uma árvore próxima.


Eclipse solar, imagens estenopeicas naturais, Outubro de 2005
imagem: Rui Cambraia

Muitos de nós já tiveram essa experiência mágica de ver imagens projectadas no tecto e nas paredes do quarto, ao acordar de manhã, formadas pelos raios de luz que atravessam os pequenos orifícios das persianas semi-cerradas. Entre o olho do Nautilus, as folhas sobrepostas nas ramagens de uma árvore, e os vultos em movimento na penumbra dos nossos despertares, a Natureza é fotográfica e as imagens estenopeicas naturais motivaram seres-humanos a empreender um longo processo de reflexão e investigação, de muitos séculos, entre artistas, filósofos, físicos e químicos, até ao anúncio oficial da invenção da Fotografia, em 1839 – o processo técnico através do qual se consegue fixar sobre um suporte, uma imagem projectada.
Cada fotografia pode ser assim entendida como uma imagem de subsistência, e ao contrário do que afirma Roland Barthes, fotografar é um acto pela vida...